Má-arte – colectiva

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convite maarte

Setembro / Outubro 2010

Uma personagem (raramente mais do que uma) envolvida numa actividade não explícita, ou estática olhando o observador, é apresentada no centro de uma imagem em que o espaço circundante é simplificado a pouco mais do que o horizonte, um interior, ou por vezes uma mancha. Algumas pistas aludem a um contexto histórico específico que no entanto nunca é inteiramente revelado. Finalmente a imagem sofre, com a acumulação de camadas de matéria pictórica, um processo de transformação algo acidental que gera ruído visual.         Carlos Seabra

 

Os trabalhos apresentados fazem parte de um vasto conjunto de imagens criadas a partir de 2006 que circundam questões relacionadas com o atelier, o processo de criação, o artista. Neste caso, apresenta-se imagens com diferentes objectos do universo íntimo: a escova dos dentes, o corta unhas, o frasco de perfume, a lata do creme, o papel higiénico, etc… Os objectos formam manchas negras de contornos irregulares centrados num papel de fotocópia branco de grandes dimensões (64x91cm) sobre o qual foi espalhada uma fina camada de verniz. O suporte comum, de aspecto frágil, e o desenho preto/branco, rude, desta colecção de elementos relacionados com a higiene pessoal remetem-nos para o intimo, para o sujeito, para o próprio.  Francisco Cardoso Lima

 

“Will you be back?” – A série “Will you be back?” é composta por 10 fotografias realizadas a partir de negativos dos anos 60 do século XX, resgatados do arquivo de um estúdio fotográfico comercial. Referem-se a cenas de mulheres com crianças fotografadas no mesmo cenário e apresentam a emulsão quebrada. Quando vistas em conjunto e deslocadas do seu contexto original estas imagens podem produzir uma outra representação da realidade. O que parecia ser um momento singular resultava afinal de uma padronização imposta pelos dispositivos técnicos e de gosto comandados pelo fotógrafo. As fotografias fragmentadas evocam um sentimento de perda e incerteza ao mesmo tempo que dissolvem a aura, lembrando-nos que afinal são apenas objectos.    João Margalha

…pintura que se constrói lentamente em reorganizações espaciais e cromáticas que tomam como ponto de partida a anterior camada num tratamento de cor e espaço …este processo é movido por uma intenção eminentemente ética, em que o pintor se coloca no cruzamento de uma multiplicidade referencial, não procurando uma hipotética e conceptual unidade da obra, trabalha-a na interacção do seu universo referencial …num eterno retorno aos problemas de construção plástica da obra.         “Pedro Andrade”, D.S.

 

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