Rui Matos – A minha versão dos factos

Convite_A minha versão dos factos_Rui Matos

Rui Matos – A minha versão dos factos

A Galeria Sete apresenta a exposição “A minha versão dos factos”, uma mostra individual do artista plástico Rui Matos que inaugurará a 23 de março, das 17h às 20h e patente até 4 de maio de 2024. A entrada é livre e todos são bem-vindos!

A minha versão dos factos

Para expressar tudo o que se pensa nenhuma linguagem é suficiente. Aí pode entrar o silêncio
como expressão do que a linguagem não consegue dizer.
Sendo a escultura ou a pintura uma linguagem, não se espere delas a capacidade de poder dizer
tudo nem de nós a capacidade de as traduzir, nem mesmo no que expressam, quanto mais no que calam.

Se um autor, já no seu pensamento, alcança apenas a “sua versão dos factos”, imagine-se a dificuldade
que é expressá-la através de qualquer linguagem que é, ela mesma, apenas uma tradução desses pensamentos.
Como expressar o que não se alcança sequer, que apenas o silêncio deixa imaginar, e como traduzir
esses silêncios já inefáveis de uma linguagem para outras?

O mais que podemos conseguir com o nosso afã de nos sintonizarmos com a obra de arte,  com o que
nela esteja contido, é uma perceção progressivamente aperfeiçoada, todavia nunca alcançada definitivamente.

Mas não é essa a utopia característica do Humano, a saber, o ocupar-se em conhecer o que não pode
ser totalmente conhecido, consciente da limitação de alcançar apenas “uma versão dos factos”, uma fração do conhecimento?

Como diz Rui Matos a propósito desta sua exposição “ A minha versão dos factos”, a acontecer
na Galeria Sete, em convergência com AnoZero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra,
que nesta edição tem como tema “O fantasma da liberdade”:

“Desenhamos o espaço que habitamos. Na minha escultura, mais do que o objeto
isolado interessa-me estabelecer um campo de atuação, um campo dentro do qual
algo acontece. Cada elemento só é válido na relação que estabelece com os que lhe
são próximos e no espaço que lhes é atribuído. São microcosmos de uma intenção social,
emocional e afetiva, onde o que está armazenado na nossa memória vem à superfície.
São formas com a possibilidade de serem quase identificadas, mas que na realidade são uma outra coisa agora.

Todas as histórias são verdadeiras. Algumas das esculturas de parede são constituídas
por sequências de elementos, que percorridos, nos levam à sensação de estarmos
perante uma narrativa. Cada pessoa vai ler e completar a sua história.  Como numa
antiga civilização, o código desses elementos já não é do nosso completo conhecimento,
mas isso não altera em nada o seu encantamento.

A exposição “A minha versão dos factos” é a expressão da minha inteira liberdade
individual na conceção e visão do mundo. Uma visão que não se pretende impor, mas antes acrescentar.

Numa sociedade cheia de regras e que fornece regularmente estereótipos a serem seguidos, o artista tem o dever de seguir outros caminhos.”

O artista  segue caminhos que almejam declaradamente para lá do plenamente realizável. Mas para todos,
é na utopia da perseguição consciente da impossibilidade, do caminho novo, que se revela a viagem
que a natureza de cada um, singularmente, lhe propõe e exige.

_____________________________________________________________________________________________________________________________

Currículo Artístico

RUI MATOS
Nasceu em Lisboa em 1959. Vive e trabalha em Portugal, próximo de Sintra.
Nos anos 80 frequentou o Curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1993.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2023  Ao mesmo tempo ,num só barco, por dois rios. Convento do Espírito Santo. Loulé.
Laboratório. Museu Nacional de Ciências da Universidade de Lisboa.
2022  A sequência dos dias. SNBA. Lisboa
Crisálida. Porta 14. Lisboa.
Caminho. A reconstrução da memória. Palácio da Galeria. Tavira.
2019  Fora de um mapa conhecido. Colégio das Artes. Coimbra.
Através da Superfície. Centro Cultural de Cascais.
2018  Ciclo ações estéticas quase instantâneas. Museu Nacional Soares dos Reis.
Qualquer saída da lógica da linguagem pode ser a entrada num dicionário revelador.
Sá da Costa-Espaço Camões. Lisboa.
As Figuras dos sonhos estão mais próximo de mim. Espaço T. Porto.
O Luar da Montanha/Suavemente Ilumina/O Ladrão de Flores. CAE. Figueira da Foz.
Caminho de expansão. MUSA. Sintra.
Suspensão e Dependência. Salão Belas Artes. Belém, Lisboa.
Perdido na Viagem de regresso. Galeria Municipal. Torres Vedras.
Histórias de outras idades. Convento do Espírito Santo em Loulé.
Perdido na viagem de regresso. Câmara Municipal de Torres Vedras
2016   Corpo e escrita. Galeria Teatro-Cine. Pombal.
2015   Transmutações, Sá da Costa, Lisboa
O tempo, os luares, a memória, a fortuna dos dias.  MU.SA Sintra
2014   (por dentro) Fundação Portuguesa das Comunicações
Por Dentro, Por Fora com Vítor Ribeiro. Galeria Municipal de Matosinhos
Pensar Outra Escala. FCT-UNL Campus da Caparica.
O Visionário com Rui Cunha Viana na Galeria Monumental, Lisboa
2012    Escultura, Teatro das Figuras, Faro.
Escultura, Claustros do Museu de Alberto Sampaio
2011    Escultura, Centro Cultural São Lourenço, Almancil.
2010    Transformo-me naquilo que toco, Giefarte, Lisboa
2009    A Pele das Coisas, Teatro Camões, Lisboa
2007    Histórias Incompletas, Galeria Cubic, Lisboa
Esculturas recentes, Centro Cultural São Lourenço, Almancil
Coração de Pedra, Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, Macedo de Cavaleiros
Sequência, Galeria Arthobler.com, Porto
2005    Objectos de Memória – Esculturas em bronze, Giefarte, Lisboa
Transformações – Relatos Incertos, Galeria Cubic, Lisboa
2001    Novas Esculturas em Ardósia, Giefarte, Lisboa
2000    Escultura, Galeria Enes, Lisboa
1997    Escultura com Pintura de João Ribeiro, Galeria Enes, Lisboa
1995    Escultura, Giefarte, Lisboa
1992    Escultura – Arco, Galeria Municipal de Arte, Faro
1991    Enormidade, Sequência e Naufrágio, Galeria Carvalho e Araújo, Braga
Escultura com Pintura de Isabel Augusta, Centro Cultural de São Lourenço, Almancil
1989    Mediterrâneo com Isabel Augusta, Cooperativa Árvore, Porto
Primeira Ilha, Galeria de Colares, Colares
1987    Orgãos e Artefactos, Galeria de São Bento, Lisboa
Orgãos e Artefactos, Palácio da Cidadela, Cascais
Uma Estranha Natureza, Lagar de Azeite do Marquês de Pombal – Câmara Municipal de Oeiras, Oeiras

PARTICIPOU EM NUMEROSAS EXPOSIÇÕES COLETIVA
OUTRAS INTERVENÇÕES e OBRA PÚBLICA

2021   Simpósio de Escultura em Ardósia. Valongo
2019   Art meets industry, professor convidado no workshop de escultura na Ducker Company, pelo Kunstverein de Langenfeld. Alemanha
2009   Realização do Monumento à Revolta dos Marinheiros de 1936, Almada
Participação no 1º Simpósio de Escultura de Gaia
2008    Participação no Simpósio de Escultura do Seixal
“O Corpo da palavra” exposição colectiva na Faculdade de Ciência e Tecnologia
Universidade Nova de Lisboa -Campos da Caparica
2007    Grupo de esculturas Hotel Crown Plaza Macau
Grupo de esculturas para conjunto de edifícios da Obrisol, Alverca
Participação no 2º Simpósio de Escultura de Penafiel
Escultura em habitação unifamiliar na Parede – Intervenção sob projecto Do arq. Cândido Chuva Gomes
2006    Relevo de parede, Colégio de São Sebastião, Câmara Municipal de Portalegre
Workshop de escultura, F.C.T.- U.N.L., Campos da Caparica
2005    Realização do Portão da Barbacã do Castelo de Portalegre – intervenção sob projecto de recuperação do Arqº Cândido Chuva Gomes
2004    Participação no 3º Simpósio de Escultura em Pedra de Alfândega da Fé
2003    Monumento à Água na Escola Secundária de São Pedro do Sul
Escultura alusiva ao poeta João Ruiz Castelo-Branco, no Parque dos Poetas em Oeiras
Intervenção de quatro escultores no Caminho da Fonte Velha, em Belver, sob projecto de recuperação da autoria dos Arqºs Vítor Mestre e Sofia Aleixo
2002    Realização de Escultura Mural no interior do Hotel Vila Rica em Lisboa
Escultura exterior para a Escola Básica 2-3 da Terrugem, Sintra
Participação no 1º Simpósio de Escultura em Pedra de Alfândega da Fé
Participação no 9º Simpósio Internacional de Esultura em Pedra das Caldas da Rainha
Escultura pública na Estrada do Guincho, junto à Boca do Inferno, C. M. Cascais
2001    Fonte Pública na Igreja do Mártir Santo, Vila Franca de Xira, sob projecto do Arqº Cândido Chuva Gomes
Escultura no Campo de Golf de Vila Sol, Albufeira
2000    Escultura em Área de Serviço da SHELL na CREL – Norte
1999    Escultura pública no Concelho de Cascais, Carcavelos e Madorna
I Simpósio de Escultura da E.P.S.T., Figueira da Foz
1997    “O Jardim das Esculturas”, I Simpósio de Escultura em Barro de Aveiro,Aveiro
1996    IV Simpósio Internacional de Escultura de Durbach, Alemanha
Grupo de esculturas para edifício de escritórios na Avenida Duque de Ávila, Lisboa
1994    I Simpósio de Escultura em Pedra, Pêro Pinheiro Espelho de Água, Lisboa
1993    Simpósio de Escultura em Pedra, Chaves
1986    Monumento a Luís de Camões com Clara Menéres, Paris

COLEÇÕES
Caixa Geral de Depósitos, Lisboa
Museu Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz
Fundação PLMJ, Lisboa
Fundação D.Luís, Cascais
Fundação Victor e Graça Carmona e Costa, Lisboa

Compartilhar esta publicação

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

nineteen + 12 =


× Posso Ajudar?