Lands Project – Susana Chasse
Outubro / Novembro 2013
LANDS PROJECT
(…) O Desenho que projecta o desígnio dos Elementos. A ideia de uma mente disponível, vazia de qualquer conhecimento prévio, de um olhar contemplativo onde tudo se encontra pela primeira vez, a totalidade na acção, apreender o aqui e agora, um momento sem tempo, sem espaço, sem limites entre o que observa e o que é observado. Ser a mente silenciosa sem sujeito. Onde as coisas são inomináveis. O nome é o dedo que aponta, mas não é a coisa em si; é o que estagna e impede a constante transformação. O Nome é um conceito – acaba por ser uma rede confinada de conhecimento. Se eu conhecer pouco, verei pouco. E conhecer não pressupõe entender. Ao visitar imagens através do foco da minha intenção ou comparação, vou estar limitada ao cubículo da mente, sem tocar a essência das coisas.
O Verbo está lá para ser visto. Não tem nome: a proposta que pretende tocar a acção daquilo que nos circunda e redesenhá-la por intermédio do nosso olhar; a impressão, no sentido de ideia de paisagem; o projecto que permite a manifestação daquilo que a nossa ideia alcança; a Impressão subtil das coisas e dos ambientes que nos rodeiam.
Projectar algo, cocriá-lo numa arquitectura sem fim, nem objectivo. Movimentos circulares de constantes alterações onde a mudança não permite a estagnação. Tudo se transforma. Captar esses movimentos constante e invisíveis e plasmá-los. São frames que de outra forma seriam imperceptíveis ao olhar. Dir-se-ia que não existem. São impressões invisíveis, tornadas visíveis.
Os materiais representativos da matéria subtil que se altera em constância, unem-se. À partida a convivência entende-se impossível, mas pelas suas diferentes presenças, pesos e ânimos, ocupam espaços e ritmos específicos numa conjuntura de cores, valores e texturas desenhando o devir, o projecto.
Lands Project, é um convite para testemunhar transformações ténues, constantes e cíclicas. Um deambular da visão e da consciência mais subtil que existe em nós. Uma Impressão Abstrata de ambientes, estruturas e práticas.
O subtil tornado visível, complementado pela expressão física do registo. (…)
Susana Chasse
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