Artista plástico português, Manuel D’Assumpção, nasceu em Lisboa, em 1926.
É uma das figuras mais notáveis da pintura portuguesa contemporânea e, principalmente, do abstracionismo. Tal como a maioria dos pintores que nos finais dos anos cinquenta enveredaram pelo abstracionismo, D’Assumpção era oriundo do surrealismo (grande parte da sua obra datada desse período foi destruída pelo seu irmão mais velho, Luís D’Assumpção, mas a pedido do próprio artista, pois não queria partilhar aqueles estudos/protótipos).
Proveniente de uma família de trasmontana, teve uma infância difícil marcada por um desejo obstinado de transcendência.
O seu irmão mais velho, bem como o pai do artista eram fotógrafos de profissão, e tinham também um sentido estético muito apurado e a “mania” de destruírem todo o trabalho que não gostavam. Existem por isso, poucas fotografias feitas por eles, que se encontram essencialmente com a família.
Este misticismo leva-o à arte abstrata onde, ao contrário do surrealismo, encontra uma linguagem adequada à sua visão filosófica do Universo. Mas este fervor de criação artística desvanece-se novamente nos finais de 1960 quando o pintor toma consciência do “mundo da arte” como um negócio, feio e nauseabundo que nunca se modificará. Em 1962 decide abandonar Paris e regressar a Portugal. Até à sua morte não cessará de viajar. Vive em diversas cidades alemãs procurando sempre o suicídio como pintor. A sua arte torna se profundamente hermética e a sua vida transforma se num sonambulismo desprovido de qualquer sentido. Assim, nesta existência de exílio, o acaso de uma doença trá-lo de volta a Portugal em dezembro de 1968. Em 1969, depois de mais uma viagem a Berlim, regressa a Lisboa. Suicida-se num prédio da Rua da Assunção no dia 21 de julho.