Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu no dia 17 de Março de 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes. Concluiu o Curso Superior
de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971. Actualmente reside e tem o seu atelier em Trás-os-Montes e em Lisboa.
Entre os anos de 1976 a 1979 viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. É membro da Academia Nacional de Belas
Artes e de diversas associações, confrarias e fundações culturais.
Desde 1974 até 2019 realiza e participa em mais de uma centena de exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, de
salientar a representação de Portugal na XVII Bienal de São Paulo (1983), e as exposições individuais no Museu de Arte Moderna de São
Paulo (1984) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1985).
Em 2017, apresentou as exposições: Ressonâncias: da voz e dos ecos, na Fundação Champalimaud, em Lisboa; La Violence et la Grâce,
na Fondation Calouste Gulbenkian, em Paris, onde também decorreu o colóquio internacional O Mito e a Metamorfose, iniciativa que
reuniu uma vintena de especialistas da obra da pintora, em parceria com o Centre de Recherche sur les pays Lusophones, CREPAL,
Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3, com curadoria de Helena de Freitas e Ana Marques Gastão. De destaque ainda, a exposição
Humanidade, em 2018, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, e Metamorfoses da Humanidade, em 2019,
no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.
Em 2008, foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM) em Bragança, da autoria do arquitecto Souto Moura,
com uma exposição de obras da artista, representativas das várias séries entre 1982 e 2005, comissariada por João Fernandes.
Desde esse ano, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais tem apresentado de forma permanente e continuada diversas
exposições da artista, comissariadas pelo seu director Jorge da Costa.
Em Julho de 2018, na celebração do 10º aniversário do CACGM, foi criado o Laboratório de Artes na Montanha – Graça Morais
(LAM-GM) que visa promover novas oportunidades para actividades de ensino e investigação baseadas na prática das artes no
contexto de montanha, assim como estimular novas centralidades de intervenção científica e cultural de relevância internacional,
com base na inventariação e criação de um centro de documentação sobre a obra da pintora Graça Morais. O Laboratório tem
ainda como objectivo desenvolver um serviço de educação associado ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em parceria
com o Instituto Politécnico de Bragança, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Câmara Municipal de Bragança e a Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Em 1993, criou a cenografia para as peças Os Biombos, de Jean Genet, no Teatro Experimental de Cascais, e, em 1995, a cenografia
e figurinos para Ricardo II, de William Shakespeare, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, ambas encenadas por Carlos Avillez.
A vida e obra de Graça Morais foram objecto dos documentários As Escolhidas (1997), de Margarida Gil, Na Cabeça de uma
Mulher está a História de uma Aldeia (1999), de Joana Morais, e Graça Morais e os Escritores (2017), de Luís Alves de Matos.
Em 2011, Joana Providência coreografou Terra Quente Terra Fria, criado a partir da obra da pintora. Em 2015, o Teatro da Garagem
estreou a peça Graça: Suite Teatral em Três Movimentos, a partir de textos de Graça Morais e António Tabucchi, encenada por Carlos J. Pessoa.
Foram executadas várias obras da pintora pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, que se encontram expostas na Assembleia
da República Portuguesa, na Câmara Municipal de Lisboa, na Universidade Técnica de Lisboa, no Montepio Geral (Lisboa),
na Pousada de São Bartolomeu (Bragança) e na Fundação Mário Soares.
Graça Morais ilustrou e colaborou com diversos poetas e escritores: José Saramago; Sophia de Mello Breyner Andresen;
Agustina Bessa-Luís; Miguel Torga; Pedro Tamen; António Alçada Baptista; Manuel António Pina; Nuno Júdice; Clara Pinto Correia;
José Fernandes Fafe; António Osório; Ana Marques Gastão; José Carlos de Vasconcelos, Valter Hugo Mãe, entre outros.
Foram escritas monografias, textos críticos e literários: António Mega Ferreira; Fernando de Azevedo; Egídio Álvaro; Fernando Pernes;
Vasco Graça Moura, Sílvia Chicó; Rui Mário Gonçalves; Lídia Jorge; Manuel Hermínio Monteiro; Eduardo Lourenço; Maria Velho da Costa;
João Pinharanda; José Manuel dos Santos; Bernardo Pinto de Almeida; António Carlos Carvalho; Bruno Musatti; Frederico Moraes;
Maria João Fernandes; Ruth Rosengarten; Cristina Tavares Azevedo; José Viale-Moutinho; João Fernandes; Jorge da Costa; Laura Castro;
António Tabucchi; Guilherme D’Oliveira Martins; Helena de Freitas; Ana Marques Gastão, entre outros.
A pintora tem intervenções artísticas em painéis de azulejos no Edifício sede da Caixa Geral de Depósitos (Lisboa), na Estação de
Bielorrússia do Metropolitano de Moscovo, na estação de comboios do Fogueteiro (Seixal) e na Estação de Metropolitano da
Amadora – Falagueira; Painéis de azulejos no Mercado Municipal de Bragança, no Teatro Municipal de Bragança, na Caixa de
Crédito Agrícola de Bragança, na Escola Miguel Torga, em Bragança, na Clínica de hemodiálise, em Mirandela, nas Escolas
Monsenhor Jerónimo do Amaral, em Vila Real, e na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães. Destacam-se ainda os painéis
em azulejo no Viaduto de Rinchoa/Rio de Mouro, no Centro de Astrofísica e Planetário do Porto e na Central Hidroeléctrica de Vilar de Frades (Vieira do Minho).
Graça Morais está representada em várias colecções privadas e públicas: Assembleia da República, Millennium BCP, Banco Espírito Santo,
Banco Português de Negócios, Culturgest, Cooperativa Árvore, Fundação Luso-Americana, Caixa Geral de Depósitos, Caixa de Crédito
Agrícola de Bragança, Ministério da Cultura – Museu de Serralves, Ministério das Finanças, Museu de Angra do Heroísmo,
Museu Municipal de Vila Flor, Museu Abade Baçal de Bragança, Museu Anastácio Gonçalves em Lisboa, Museu de Arte Moderna
de São Paulo, C.A.M. – Fundação Calouste Gulbenkian, Colecção da Fundação Paço D’Arcos, Colecção Manuel de Brito,
Colecção do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e Colecção do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais.
Graça Morais foi agraciada com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, em 1997.
Para além de reconhecida e divulgada, a sua obra plástica tem conquistado ao longo dos anos inúmeros prémios e distinções.
Recebeu, entre outros, o Prémio SocTip – Artista do Ano, em 1991; o Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira, em 1999;
o Prémio de Artes – Casino da Póvoa, em 2011, e o Grande Prémio Aquisição da Academia Nacional de Belas-Artes, em 2013.
Recebeu ainda a Distinção Mulheres Criadoras de Cultura, em 2014. Em 2015, foi homenageada pelo Plast&Cine, em Bragança.
Em 2016, foi galardoada com o Prémio ‘Obra de Vida’ dos Prémios SOS Azulejo, em 2015. Em 2017, recebeu a Medalha de Mérito
Cultural e Científico, Grau Ouro, de Vila Nova de Gaia e, em 2018, recebeu a Medalha de Honra do Instituto Politécnico de
Bragança (IPB). Em Março de 2019 foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural em nome do Governo Português,
entregue pela Ministra da Cultura Graça Fonseca.