SOBRE:
Pintor e crítico de arte português, de nome completo José Fernando Neves de Azevedo, nascido em 1923, em Vila Nova de Gaia, foi co-fundador do Grupo Surrealista de Lisboa (1947-1951). Começou por pintar dentro das orientações do Surrealismo, evoluindo progressivamente para o Abstracionismo. Ao longo da sua carreira artística foi distinguido com vários prémios, destacando-se o 1.o prémio de pintura conquistado na II Exposição Gulbenkian. Faleceu em 2002.
Formou-se na Escola de Artes Decorativas de António Arroio, em Lisboa. Inscreveu-se depois na Escola de Belas Artes de Lisboa, que acabaria por abandonar.
Expôs pela primeira vez em 1943, com Vespeira e Júlio Pomar. Acompanhou o início do movimento neorrealista em 1945-46, mas logo no ano seguinte foi cofundador do Grupo surrealista de Lisboa (um movimento com objetivos contrastantes com os do neorrealismo); em 1949 participou na primeira e única exposição do grupo, que se desfez pouco depois.
Em 1952 foi um dos três participantes na importante exposição realizada na Casa Jalco, Lisboa, que os artistas dedicaram ao precursor do surrealismo em Portugal, António Pedro. «Uma exposição de óleo, fotografia, guache, desenho, ocultação, colagem, linóleo, constituída por três «Primeiras exposições Individuais» de Fernando de Azevedo, Fernando de Lemos e Vespeira.
Participou em inúmeras exposições coletivas, tendo recebido um 1º Prémio de Pintura na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1961 (catálogo, obras nº 74-77).
Desde a 1947 desenvolveu atividade não apenas como artista mas também como crítico de arte (Mundo Literário e Horizonte); ao longo da sua vida publicou textos na imprensa, em catálogos, livros e revistas da especialidade, nomeadamente na Revista Colóquio-Artes (editada pela Fundação Calouste Gulbenkian entre 1971 e 1996), da qual também foi Consultor Artístico.
Ocupou sucessivamente os cargos de Assessor da Direção, Diretor-Adjunto (1989-92) e Diretor (1992-94) do Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian.
Exerceu a presidência da Direção da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses entre 1972 e 1974. Foi vice-presidente e presidente da Secção Portuguesa da AICA (1977-1979 e 1987-1994). Foi presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1979 e 2002.